Uma das maiores concentrações populacionais em zona urbana do mundo carrega consigo uma enorme solidão. Esperando uma
amiga, na estação de Akihabara, percebi o quanto aquele volume, aquela massa
humana transeunte estava mergulhada em seu mundo virtual, como se os celulares
os levassem para passear. Ao mesmo tempo, ninguém perde a atenção: cada gota do
mar de gente sequer encosta-se a outra, o fluxo parece ser programado. É
natural, é Japão. Ande pelo lado esquerdo e não será atingido.
O silêncio das vozes oferece
lugar aos passos apressados, às máquinas de entretenimento (pachinkos, os
vícios do azar no Japão), às saudações dos lojistas ("Irashaimaseeeeeee" = "Bem-vindo!") e à querida MPB que toca dentro da maioria das lojas. Gostaria de
perguntar a cada japonês se sabe de onde vem esse estilo musical. Pena que eles são
muitos.
As luzes ofuscantes de Akihabara
iluminam o caminho, mas ofuscam as ideias. Homogeneízam os apelos do consumismo
a ponto de culminar numa mistura de preguiça com enjôo de entrar nas lojas.
Para mim, ao menos.
Hoje serei breve, como breve fica
minha serenidade em Akihabara. Este caos civilizado traz consigo a certeza de estar
pisando em Tóquio. E isso é sensacional!
Kanpai!
Subarashii tekisuto.. hehehe
ResponderExcluirEssa total impessoalidade que vejo sempre como notícia em algum canto e também pelo contato que tive com os nativos aqui. Fica sempre uma impressão meio estranha, como se isso fosse um defeito bem tosco, bem desanimador, embora todo o desenvolvimento econômico e tal e tal. A nossa cara de pau brasileira ia ficar bem fora do tom aí rsrsrs
Aqui no Brasil não está muito diferente quanto mais o tempo passa mais vejo as pessoas com a cara enfiada dentro das telas dos celulares... Mas o que achei mais legal é eles estarem ouvindo MPB nas lojas haha mt bom
ResponderExcluirAcho que este isolamento via celular está acontecendo no mundo inteiro! Vejo em todos os lugares que vou e ruas por que ando! Todos próximos, mas distantes! Bjs
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